Uma primeira revolta eclodiu em Saga, ao norte de Kyushi, em 1874. Contra toda expectativa, não foi Saigo quem assumiu a chefia dos rebeldes, mas o ex-ministro da Justiça, Etô Shimpei. Ele reuniu mais de dois mil ronin, que atacaram bancos e repartições do Estado. A ação combinada da polícia e do exército pôs em fuga os saqueadores. Capturados em Kagoshima, foram condenados e executados.
A cabeça decapitada de Etô Shimpei ficou exposta a fim de serenar aquele tempo de transformações. O ano de 1876 iria conhecer duas reformas que haveriam de precipitar a fratura entre a velha classe dos bushi e o governo moderno. Visando limitar a ameaça de uma nova revolta, o governo Meiji reservou o uso do sabre apenas aos oficiais do exército.
Os samurais, que já haviam perdido seus feudos e privilégios, deviam agora abandonar o próprio símbolo de sua existência.
Além disso, sua única fonte de renda, proveniente das pensões pagas pelo governo, foi substituída por um sistema de títulos cujos juros irrisórios mergulharam na pobreza grande parte dos ronin. Por si só, o pagamento das pensões representava um terço dos gastos do Estado, que logo se viu obrigado a optar entre investir na indústria nascente e manter a lembrança de um passado guerreiro obsoleto.
No mês de julho, em Kyushu, 200 samurais agrupados numa confraria batizada de kamikaze, em honra ao vento divino que salvara o Japão medieval de uma invasão mongol, atacaram o castelo de Kumamoto.
Armados apenas com seus katana, lançaram-se ao assalto da fortaleza. O fator surpresa permitiu-lhes penetrar no pátio do forte. A despeito de suas armas modernas, a princípio os soldados imperiais depararam com dificuldades para resistir. As perdas foram pesadas de ambas as partes, mas finalmente os rebeldes tiveram de capitular. Recusando-se à desonra do cativeiro, suicidaram-se segundo o rito tradicional (seppuku), sob os olhares atônitos dos jovens recrutas do exército imperial. Pela primeira vez, simples soldados derrotaram guerreiros temíveis.
Em outubro, 400 samurais comandados pelo ex-ministro da Guerra, Maebara Issei, se viram derrotados diante do castelo de Hagi. Dessa vez, os atacantes morreram antes mesmo de alcançar as muralhas. Os sobreviventes foram executados no local. Ante a ameaça de uma insurreição geral, o governo decidiu transferir o importante arsenal de Kagoshima para Osaka.

CONTINUA